digital rentável. Este artigo explica por que a experiência profissional é um dos fatores mais importantes nessa jornada, abordando não apenas metodologias de validação, como Lean Startup e MVP, mas também decisões críticas sobre arquitetura técnica, processos de desenvolvimento completos e aspectos legais essenciais. Você também entenderá como empresas especializadas no assunto aplicam o conhecimento acumulado de centenas de projetos para evitar uma série de erros que fazem 90% das startups falharem. Além disso, fazemos uma análise do caso da Psicotests, uma startup que escolhe uma metodologia para se tornar o aplicativo líder na Argentina.
Recentemente, descobriu-se que 90% de 10.000 startups em todo o mundo ainda falham, e 42% delas encerram por não entenderam a real demanda do mercado. A realidade brasileira não é melhor, já que 56,56% das 13.896 startups não geraram renda, e 8.258 participantes desapareceram de janeiro de 2015 a setembro de 2024, segundo pesquisa da Agência Sebrae.
Consideraremos gráficos técnicos e metodológicos importantes para iniciar um negócio digital de sucesso com uma ideia recém-formada. Vamos falar também de conceitos de validação, processo técnico de desenvolvimento e contribuição.
O Mercado de Aplicativos no Brasil e no Mundo
O mercado global de aplicativos é marcado por números grandiosos, o que justifica o crescente interesse. De acordo com a Grand View Research, o setor seria avaliado em US$ 252,89 bilhões em 2023 e pularia para US$ 626,39 bilhões em 2030. A receita de compras dentro dos aplicativos teria sido superior a US$ 130 bilhões em 2023, um crescimento de 4% em relação ao ano anterior.
No Brasil, a penetração de smartphones e aplicativos atingiu níveis maduros. De acordo com uma pesquisa realizada pela Opinion Box em parceria com o Mobile Time, 98% dos usuários brasileiros já teriam instalado pelo menos um aplicativo. Além disso, 56% dos brasileiros teriam feito compras in-app, isto é, comprado produtos ou serviços de aplicativos.
O comportamento dos consumidores brasileiros mostraria estabilidade no uso de aplicativos. Assim, 19% dos usuários teriam permanecido mais de 30 dias sem instalar um aplicativo; 23% – sem desinstalar nenhum aplicativo. Isso indicaria que o mercado está consolidado, mas altamente competitivo.
O modelo de negócio mais popular com os brasileiros seria freemium, com 61% dos usuários topando com isso, desde que seus dados pessoais não fossem transferidos a terceiros. O aplicativo com a maior proporção de instalações seria o WhatsApp – em 53% dos smartphones, o Instagram – 48% e o Facebook – 28%.
No geral, as estatísticas parecem indicar um estado maduro e em expansão, no entanto, um ambiente muito competitivo. Somente as soluções bem preparadas têm alguma chance de se destacar nesse cenário complexo. A experiência profissional é necessária para navegar adequadamente em tais condições.
A verdade brutal da estatística: por que 90% das startups falham
A taxa de mortalidade de startups de 90% não é mito, mas uma realidade apoiada por várias fontes de pesquisa. Os dados coletados pela Exploding Topics, Failory e DemandSage confirmam que apenas 10% de todas as startups sobrevivem a longo prazo. Além disso, a difusão temporal desse desafio apresenta evidências de padrões significativos.
Aproximadamente 10% de startups falham no seu primeiro ano, marcado principalmente pela dificuldade de continuar com a validação do produto e ajuste com o mercado. No entanto, o motivo pelo qual 7 de cada 10 morrem entre o segundo e o quinto anos de atividade, está relacionado a problemas de escalabilidade, gestão financeira e competição.
A capacidade de entender o mercado é responsável por 42%, o que significa que as empresas não compreendem e trabalham mal as necessidades. Os empreendedores investem em funcionalidades que ninguém deseja e ignoram comentários do usuário.
No Brasil, a situação é ligeiramente diferente. De acordo com a reflexão do CB Insights, 40% das startups não avançam devido a problemas entre os sócios. Tal falta de acordos arbitrários, diferenças estratégicas e conflitos de interesses, acabam com o sonho de um negócio tecnicamente viável.
Vale a pena ressaltar que o sucesso entre os empreendedores principiantes é de apenas 18%. Com base nos dados, podemos supor o quão importante é a experiência prática.
Fábrica de aplicativos, acumulam aprendizados de múltiplos projetos. Esse conhecimento permite identificar armadilhas comuns, antecipar desafios e implementar soluções comprovadas. A experiência não elimina riscos, mas reduz significativamente a probabilidade de falhas evitáveis.
Lean Startup: A metodologia que revolucionou a validação
Uma metodologia que de fato mudou a forma como novos empreendimentos são criados é chamada de Lean Startup, desenvolvida por Eric Ries. A meta do processo é diminuir o desperdício e, portanto, a probabilidade de falha. Ela se concentra em um ciclo de Build-Measure-Learn, que enfatiza a aprendizagem validada por experimentação rápida.
O primeiro princípio é construir um Minimum Viable Product – MVP – que não é uma versão simples. É uma versão com um conjunto mínimo de funcionalidades que permite ao time, rapidamente coletar os dados de feedback essenciais para aprender o que fazer em seguida.
A definição de Ries é a seguinte: “O menor produto viável é aquela versão de um novo produto que lhe permite coletar o máximo de informações com o mínimo esforço”. O principal separador de águas é que a meta do MVP não é fornecer um produto de alta qualidade e sim verificar se a proposta do negócio é aceitável para o mercado.
O segundo princípio é a medição através de key metrics. Dado que não são todos os resultados que determinam progressos, assim como não são todos os progressos que resultam em contribuições valiosas, somente os resultados que são produto interno de um esforço diligente são meritórios. Falei bonito, mas é a realidade!
O terceiro é o aprendizado validado. Todas as interações devem ser resultado de testes e gerar um aprendizado validado que o criador do produto escreverá para tomar uma decisão: se deve segurar a direção ou trocar.
As empresas de desenvolvimento de aplicativos que se especializam, fazem isso de forma sistemática. O insight da engenharia permite identificar efetivamente quais funcionalidades são dignas do MVP e o que deve ser adiado. Usuário e viabilidade técnica é um tipo de julgamento técnico que ajuda a evitar ambos os extremos de criação.
Estudos mais recentes confirmam isso. Uma pesquisa conclui que o emprego de um MVP viável, permite ao empreendedor verificar o conceito de negócio e identificar as áreas que devem ser desenvolvidas mais intensamente. O estudo analisa como o desenvolvimento de produtos enxutos validou modelos de negócios. Outro estudo de Vitikainen, publicado em 2025 pela Tampere University, analisa a validação de modelos de negócio através de MVP e desenvolvimento lean de produto.
Design Thinking: empatia e interação no desenvolvimento
O Design Thinking é um complemento da metodologia Lean Startup, que já falei acima. A estrutura é similar, mas enfatiza a empatia com o usuário e o pensamento centrado no ser humano. Design Thinking é uma abordagem estruturada para inovação. Tem fases como: empatia, definição, ideação, prototipagem e teste.
A empatia é uma fase que requer pesquisa profunda sobre as necessidades, motivações e frustrações do seu público. Técnicas como entrevistas em profundidade, observação contextual e mapeamento de jornada do usuário podem revelar insights que simples pesquisas superficiais não conseguem revelar. A maioria dos empreendedores inexperientes pulam essa etapa, achando que seus usuários se comportam semelhantemente. GRANDE ERRO!
A definição é a fase 2. Com base nos insights coletados, a equipe articula claramente qual problema você está resolvendo e para quem. Uma definição de problema precisa, onde o entendimento é mais valioso do que múltiplas soluções para problemas mal compreendidos. Essa fase é a base para todas as escolhas subsequentes do produto.
Ideação é a fase criativa. Você gera múltiplas soluções sem julgamento prematuro. Startups habilidosas reunirão todos em uma sala para uma sessão de ideação. Essa é uma fase difícil de equilibrar – muitas vezes as startups são demasiada criativas e idealistas ou não são criativas suficientes.
A prototipagem converte ideias em artefatos testáveis. Existem diferentes tipos de protótipos necessários em diferentes estágios de maturidade de produto.
A fase 5 é teste. Você deve pôr protótipos nas mãos de pessoas reais e simplesmente observar o que acontece.
Arquitetura Técnica: decisões que definem o futuro
Os resultados dessa etapa crítica são a escalabilidade, manutenibilidade e custo operacional futuro das decisões de arquitetura técnica tomadas no início do projeto.
A escolha entre desenvolvimento nativo, híbrido e multiplataforma é outra. Os aplicativos nativos, que foram desenvolvidos para um ambiente iOS ou Android, podem fornecer uma melhor pegada e acesso total ao dispositivo. Os aplicativos híbridos são escritos em tecnologias baseadas na web e empacotados em contêineres nativos, permitindo a reutilização de código sobre alguns dos sistemas de aplicação.
Multiplataformas, como React Native e Flutter, atingiram a maturidade e são um bom compromisso entre agilidade e performance de desenvolvimento.
Qual é o melhor para desenvolvimento do aplicativo? A escolha é determinada por variáveis de tempo, orçamento e público-alvo. Por isso, depende.
Outra decisão é a arquitetura de backend. A opção entre monolítica e microserviços altera a escalabilidade e a complexidade do custo operacional. A última é mais flexível e pode ser usada com sucesso a longo prazo, enquanto a primeira é rápida e fácil no início, mas lentamente cai na armadilha de suporte técnico.
Banco de dados é selecionado com base no modelo de dados, padrões de acesso e requisitos de consistência. Modelos relacionais fornecem transações ACID e esquemas predefinidos, enquanto NoSQL oferece flexibilidade de esquema e facilidade de escala. A ausência de fim pode prejudicar o desenvolvimento posterior.
Estratégias de autenticação são intensivas. OAuth 2.0 e OpenID Connect são grandes ferramentas para isso. A má implementação do protocolo OAuth 2.0 pode expor os dados do usuário novamente. O caminho certo é seguir o idioma de código seguro desde a próxima tarefa.
A última decisão sobre infra-estrutura de hospedagem e deployment de aplicativos móveis tem um impacto significativo nos custos operacionais. Soluções gerenciadas reduzem a complexidade do provedor em nuvem. Quando mal informada pode resultar em custos excessivos e riscos operacionais. A Política de Privacidade facilita a situação no caso de o nome não fornecer aos funcionários.
O Processo 360 Graus: da ideia ao lançamento
A Fábrica de Aplicativo São Paulo oferece processos completos que cobrem todas as etapas necessárias para transformar uma ideia em um produto lançado. Este serviço 360 graus inclui consultoria estratégica, design de experiência, desenvolvimento técnico, testes de qualidade e suporte pós-lançamento.
Os workshops de discovery, realizados durante a fase de consultoria inicial, são essenciais para explorar a ideia. Facilitadores experientes questionam premissas, identificam riscos e mapeiam requisitos. O resultado da fase é documentação clara sobre objetivos de negócio, público-alvo, proposta de valor e métricas de sucesso.
A fase de planejamento de produto define o roadmap, a priorização de funcionalidades e a estratégia de lançamento. Técnicas como MoSCoW e matriz de esforço versus impacto ajudam a priorizar desenvolvimento. A experiência anterior permite estimativas realistas de prazo e custo.
O design de experiência do usuário prototipa wireframes, protótipos interativos e especificações visuais. Designers experientes equilibram estética com usabilidade, seguindo guidelines de plataforma e princípios de acessibilidade.
Os testes de usabilidade validam as decisões de design antes do desenvolvimento. O desenvolvimento técnico implementa as funcionalidades de acordo com as melhores práticas de engenharia de software. Code reviews, testes automatizados e integração contínua garantem a qualidade do código. Os sprints de desenvolvimento entregam incrementos funcionais regularmente, permitindo feedback contínuo.
Os testes de qualidade cobrem funcional, performance, segurança e compatibilidade. Testes em dispositivos reais revelam problemas que não aparecem em emuladores. Empresas experientes mantêm laboratórios de dispositivos e processos de QA sistemáticos.
O lançamento nas lojas de aplicativos exige preparação cuidadosa. A otimização de metadados, capturas de tela atraentes e a estratégia de palavras-chave influenciam a descoberta do app. O conhecimento das políticas de aprovação da Apple App Store e da Google Play Store evita rejeições.
O suporte pós-lançamento monitora métricas de uso, responde ao feedback do usuário e corrige bugs conhecidos. Atualizações regulares mantêm o app relevante e compatível com novas versões do sistema operacional. Esse ciclo contínuo de melhoria é essencial para sucesso a longo prazo.
Case Psicotests: transformando metodologia em Aplicativo de Sucesso
O aplicativo Psicotests exemplifica como experiência profissional transforma uma metodologia em produto digital de sucesso. Desenvolvido pela Publi – Fábrica de Aplicativos, o Psicotests tornou-se o segundo aplicativo mais baixado na categoria saúde na Argentina, demonstrando validação de mercado significativa.
A proposta do Psicotests é oferecer testes e atividades psicológicas confiáveis em formato acessível. O aplicativo reúne avaliações que abordam temas comuns em consultórios de psicologia, utilizando linguagem simples e clara. Todos os testes foram elaborados com base em fundamentos da psicologia, com respaldo técnico de profissionais especializados.
O aplicativo permite que usuários avaliem diferentes aspectos de sua personalidade, reflitam sobre temas como relacionamentos, amor e autoestima, e identifiquem possíveis sinais de transtornos como ansiedade, depressão e distúrbios alimentares. O objetivo é estimular reflexão, promover autoconhecimento e oferecer ponto de partida para mudanças positivas.
A funcionalidade PsicoCoach representa inovação significativa. Esse assistente pessoal analisa respostas dos usuários em testes e atividades, identifica padrões e propõe novos desafios personalizados. Essa personalização aumenta engajamento e valor percebido pelos usuários.
Os números do Psicotests demonstram tração significativa. O aplicativo ultrapassou 500 mil usuários, com mais de 900 mil testes realizados e 100 mil atividades completadas. Mais de 120 avaliações nas lojas de aplicativos indicam satisfação dos usuários. Esses resultados não são acidentais, mas consequência de processo estruturado de desenvolvimento.
A arquitetura técnica foi projetada para escalabilidade desde o início. O backend suporta crescimento de usuários sem degradação de performance. A integração com sistemas de pagamento permite monetização através de conteúdo premium. Análises de uso informam decisões sobre novos testes e funcionalidades.
O sucesso do Psicotests ilustra princípios discutidos anteriormente: validação através de MVP, design centrado no usuário, arquitetura técnica robusta e processo completo de desenvolvimento. A experiência da Empresa de Aplicativos foi determinante para navegar desafios técnicos e de mercado.
Erros comuns de empreendedores sem experiência
Não obstante, empreendedores sem experiência em desenvolvimento de produtos digitais cometem erros recorrentes que comprometem a viabilidade de seus projetos. Identificá-los permite evitá-los através de orientação profissional adequada.
Como primeiro erro, eles desenvolvem funcionalidades excessivas antes de validar sua proposta de valor central. Em outras palavras, empreendedores imediatamente imaginam produtos completos e começam a desenvolver funcionalidades, que às vezes não são valorizadas pelos usuários. A abordagem adequada é identificar a menor versão de um produto que permite a validação e iterar com base em feedback real.
O segundo erro comum é subestimar a complexidade técnica. A maioria dos empreendedores não técnicos acredita que a criação de aplicativos é relativamente simples e rápida. Na verdade, envolve tomadas de decisão complexas sobre arquitetura, integração entre diferentes sistemas, otimização de performance, e garantia de segurança. Como resultado, as estimativas iniciais de prazo e custo são extremamente otimistas, o que gera frustração e compromete a viabilidade financeira.
O terceiro erro é ignorar o design de experiência do usuário. Empregado apenas nas funcionalidades técnicas, o resultado é uma interface confusa e fluxos complicados. A vasta maioria dos aplicativos são abandonados pelos usuários se não forem intuitivos, independentemente das funcionalidades suportadas. Da mesma forma, investimento substancial em UX design é necessário.
O quarto erro é o modelo de negócio lançado sem o planejamento da escalabilidade. Muitas vezes, decisões técnicas feitas para um lançamento rápido criam débito técnico, que simplesmente precisa ser pago mais tarde. Reescrever aplicativos existentes por causa da arquitetura imatura dele é um desperdício de recursos e tempo. Equilibrar velocidade de lançamento e sustentabilidade técnica é um desafio. Temos casos iguais a esse quase toda a semana aqui.
O final é o lançamento sem lei e privacidade em mente. Vários regulamentos, como a lei brasileira LGPD e a europeia GDPR, criam requisitos detalhados para a coleta e processamento de dados pessoais. Violá-los é caro graças a multas substanciais e danos de reputação. Empresas experientes levam em consideração o cumprimento desde o início do design.
O sexto erro, a estratégia de marketing praticamente não é implementada e ter o produto pronto é apenas metade do trabalho. A aquisição de usuários exige uma estratégia de marketing, otimização da app store e, muitas vezes, investimento em marketing. Os aplicativos sem plano de marketing raramente obtêm massa crítica.
Por fim, este é o sétimo erro: não definir as métricas claras do sucesso. Sem KPIs predefinidos, a avaliação do progresso do produto é impossível. Deve-se definir métricas de produto antes do lançamento do MVP e monitorá-las em um processo consistente. Decisões baseadas em intuição raramente ganham nas decisões baseadas em dados.
Validação de Mercado: além do MVP
A validação de mercado não é limitada ao MVP inicial e se estende para o ciclo de vida do produto. Técnicas específicas permitem testar hipóteses sobre diferentes aspectos do seu negócio antes do investimento significativo.
Mais técnicas fáceis de aplicar incluem: a landing pages, uma ferramenta simples para validar o interesse inicial. Uma página que descreve a proposta de valor, com um call-to-action no registro de interesse, faz medições na demanda potencial. O tráfego pode ser comprado, via LinkedIn ou Meta Ads, que permite estimativas para o CAC – custo de aquisição do cliente – e entrevistas com clientes potenciais, que fornecem insights qualitativos profundos.
Perguntas abertas que exploram suas necessidades, frustrações e disposição a pagar. A técnica “The Mom Test”, descrita por Rob Fitzpatrick, ajuda a aprender a fazer perguntas que revelam a verdade do que apenas a validação educada. Há também testes concierge, definidos como “entregar os seus serviços manualmente, antes de os automatizar.” Implica em validar o que os usuários realmente valorizam na solução e garante que você conheça os requisitos mínimos.
Testes de fumaça criam aparência de funcionalidade que ainda não existe. Por exemplo, botão que promete funcionalidade futura registra interesse quando clicado. Essa técnica mede demanda por features específicas antes de desenvolvê-las.
A análise dos concorrentes é como “identificar as soluções existentes e suas limitações”. Avaliações de usuários em lojas de aplicativos são sua melhor fonte para detectar os pontos de dor não resolvidos. Este é um exemplo de pesquisa secundária que complementa a pesquisa primária com seus usuários.
A/B testing, os testes A/B, “comparar variações de design, copy ou fluxo para ver qual performa melhor.” Ferramentas de analytics rastreiam o comportamento do usuário e as taxas de conversão e garantem que a tomada de decisões seja baseada em dados, e não apenas em opiniões.
Negócios maduros aplicam sistematicamente técnicas como essas, onde desenvolvem conhecimento progressivo sobre sua disciplina de mercado. A validação não é o evento único, mas é o processo de aprendizagem e ajuste contínuo.
Aspectos Legais e de Compliance
O desenvolvimento de aplicativos inclui considerações legais de que os empreendedores muitas vezes não se dão conta. Na maioria dos casos, vários regulamentos sobre privacidade de dados, termos de serviço e propriedade intelectual precisam ser levados em consideração ao iniciar um projeto.
A Lei Geral de Proteção de Dados do Brasil estabelece um conjunto específico de requisitos gerais para a coleta, processamento e armazenamento de dados pessoais. Pelo texto da lei, os aplicativos legalmente precisam obter consentimento explícito para a coleta de dados, informar a finalidade do processamento e permitir que os usuários acessem, corrijam, apaguem ou transmitam seus dados. Além disso, aplicativos responsáveis por violar a lei são multados em 2% do faturamento.
Os termos de uso e a política de privacidade são comentários relevantes. Os termos de uso estabelecem regras para o uso do aplicativo e limitam a responsabilidade da empresa. A política de privacidade descreve que tipo de dados o aplicativo coleta, que dados são coletados e para que dados são utilizados. Ambos os documentos devem ser revisados por advogados.
O registro da marca impede alguém de usar um nome de aplicativo muito parecido. Em geral, os contratos com desenvolvedores garantem que a empresa receba todos os direitos desse último.
Finalmente, a integração com serviços de terceiro é importante. Os termos de serviço elevam esse componente à importância. APIs de pagamento, mapas, redes sociais etc., possuem condições e até proibições de uso. Quebra de quaisquer termos de serviço resulta na suspensão do acesso.
Além disso, vários aplicativos possuem requisitos legais específicos, como regras de acessibilidade. Existem diretrizes definidas do WCAG que estabelecem padrões técnicos nesse campo. O conhecimento de regulamentações específicas por setor é indispensável. De fato, a API de um aplicativo médico pode torná-lo um dispositivo médico comum.
Monetização: transformando usuários em receita
A estratégia de monetização precisa ser considerada desde o início. Diferentes modelos de negócios são adequados para diferentes tipos de aplicativos e público-alvo. A escolha terá impacto no design, desenvolvimento e marketing.
O freemium é um modelo que oferece funcionalidades básicas gratuitamente e cobra por funcionalidades premium. Facilita a aquisição de usuários, pois permite demonstrar valor antes de pedir o “cash”. A chave aqui é encontrar um equilíbrio entre funcionalidades gratuitas que sejam úteis o suficiente para engajar os usuários, mas limitadas o suficiente para motivá-los a fazer um upgrade.
Compras únicas são pagas uma vez e duram para sempre. Elas fornecem uma maneira de gerar receita previsível e maximizar o valor do tempo de vida do usuário. Eles se encaixam para conteúdo, produtividade e outros aplicativos de serviços. É comum haver várias camadas de preço, atendendo a diferentes segmentos de público com disposições diferentes para pagar. Ele também pode ter um período de avaliação gratuita para gerar números.
Compras in-app permitem que os usuários comprem conteúdo, funcionalidades ou moeda virtual. Eles são comuns nos jogos, onde os desenvolvedores vendem itens virtuais, vidas extra ou remoção de anúncios. Eles só serão possíveis com a integração dos sistemas da loja de pagamentos.
Publicidade gera receita exibindo anúncios. A forma como só pode ser usada para aplicativos com uma grande base de usuários e altamente engajados. Formatos disponíveis são banners, intersticiais e vídeos recompensatórios. Não podemos esquecer que piora a experiência do usuário.
Modelos híbridos usam mais de uma fonte de receita. Por exemplo, freemiums com assinaturas ou a compra de in-app’s. Esta é uma maneira sistemática de maximizar a receita.
Para precificar, é necessário fazer alguma pesquisa de mercado e testes. Dê uma olhada em seus concorrentes primeiro. Todas as marcas do setor têm referências de preços para seus produtos. Em seguida, teste a sensibilidade ao preço.
Você precisa encontrar o ponto ideal que equilibra o volume de vendas, a margem de lucro e a receita.
Resumindo…
O processo de transformar uma ideia em um negócio digital viável e bem-sucedido é muito mais do que apenas entusiasmo e capital. De acordo com as estatísticas do mercado, 90% das startups fracassam, e o percentual de falência atinge este nível devido a falta de compreensão da demanda do mercado. No Brasil, 56,56% das startups ainda não possuem faturamento.
A experiência profissional é um fator-chave que faz com que testemunhe o sucesso em projetos específicos. Nesse sentido, empresas especializadas dominam não apenas um projeto ou experiência, mas uma multidão deles, antecipando as armadilhas comuns e aplicando as metodologias comprovadas. O processo 360 integra a consultoria estratégica, a validação de mercado, o design da experiência, o desenvolvimento e o suporte técnico multifacetados.
As metodologias Lean Startup ou Design Thinking de fornecem as estruturas sistemáticas para minimizar o desperdício e aumentar a chance de sucesso. O MVP permite que você valide suas hipóteses antes com um investimento mínimo. O design centrado no usuário garante que suas suposições encontrem as necessidades do público-alvo. A arquitetura técnica é uma das decisões críticas. Isso determina sua escalabilidade, manutenção e custos operacionais futuros.
A decisão errada de escolha de tecnologia, banco de dados ou infraestrutura pode forçá-lo a reescrever a solução de volta um dia. Como eu já comentei, vemos todos os dias. A experiência técnica oferece a capacidade de avaliar os compromissos de maneira adequada.
O caso da Psicotests fornece um exemplo de o quão um time experiente transforma a metodologia em um produto de sucesso. Este aplicativo se tornou o segundo aplicativo mais baixado da Argentina na categoria de saúde, atestando a validação de mercado. No entanto, esse resultado não foi acidental como consecutivo do desenvolvimento subjetivo.
O sucesso depende de uma válvula sistemática, da execução técnica objetiva e da gestão estruturada. Os empreendedores que procuram o conhecimento de terceiros aumentam as chances de sucesso.
Referências
[1] Opinion Box. (2025, Junho 10). Pesquisa sobre aplicativos no Brasil: dados de 2024.
[2] Grand View Research. Mobile Application Market Size, Share & Growth Report 2030.
[3] MobileLoud. (2025, Julho 3). Mobile App Market Growth, Top Categories, Market Size.
[4] Exploding Topics. (2025, Junho 5). Startup Failure Rate Statistics (2025).
[5] Failory. (2025, Julho 31). Startup Failure Rate: How Many Startups Fail and Why in 2025.
[6] FF.co. (2025, Maio 9). The Ultimate Startup Guide With Statistics (2024–2025).
[7] Agência Sebrae. (2025, Abril 4). Metade das startups brasileiras não sobrevive: falta de faturamento compromete ecossistema de inovação.
[8] InfoMoney. (2024, Setembro 24). Brasil viu mais de 8 mil startups deixarem de existir na última década.
[9] The Lean Startup. Methodology.
[10] Lean Startup Co. What Is an MVP? Eric Ries Explains.
[11] DemandSage. (2025, Setembro 8). Startup Statistics (2025): Numbers By Country & Success.
[12] Zemmouchi-Ghomari, L., & Maroua, M. (2025). Beyond failure rates: unveiling startup success factors with machine learning. Journal of Computational Social Science, Springer.
[13] Mikadze, S. (2024). MVP strategy as a tool for business model validation in the early stages of a startup lifecycle.
[14] Vitikainen, O. (2025). Validating Startup Business Model Through MVP and Lean Product Development. Tampere University.
[15] Psicotests App. https://psicotests.app/